domingo, 4 de junho de 2017

o Menina baiana - claquete 100

CENA: Eu sou cavaleira

O MENINA BAIANA: Tremendo por dentro, pra variar. A paz estiou, mas ainda posso avistar quando eu me concentro pra lembrar da sensação. Lembra da paz, embora da paz. Ressaca de paz. Muitas vezes lembrar não dá paz em mim. Uma fraqueza de dor de barriga, tremedeira de um corpo desidratado talvez. Mas tem comida pra dentro. Eu vejo ela e me alimento. Esqueço que espero uma palavra alheia, um aviso de leitura, uma gargalhada, uma resposta. Já não acredito em respostas nessas vida. Duvido que vão aguentar escutar minha voz por muitos minutos, ficou muito aguda e esganiçada. Tô procurando meus graves que perdi de tanto aquecer. Espero o dia de encontrar com ela pra uma explicação nesse espelho, espelho meu. Não quero mais passar vergonha, nem pedir desculpas pela minha voz. Eu entrei num mantra aquecimento desde a hora que levantei da cama e isso pode ter me prejudicado. A descarga quebrou. Meu coração parece andar acorrentado nessa liberdade de desejo sabendo que o mundo não sabe nada de mim. Nem você sabe, e nem você quer saber. Consulte os pixels e verá. Meu silêncio virá com o som, meus olhos fechados ainda lhe enxergam. Vá. Vou ficar bem com ela. Quando tem sol demais sobre mim eu passo mal.

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