quinta-feira, 22 de junho de 2017

o Menina baiana - claquete 140

CENA: Bang bang

O MENINA BAIANA: O que é que pode contar e o que não pode contar. É tudo pelas minhas contas. A coisa era tão somente sexo que o assunto acabou. Eu puxando assunto, puxando assunto. Selfies e copos de cervejas, caminhos pelo mundo e pouco texto de si. Parece que conheci alguém que consegue caminhar vazio. Isso me causa inveja. Acho que é inveja o nome disso de querer algo que alguém tem. E quando querer algo que alguém tem impulsiona o conhecimento de si mesmo é inveja? Eu não sei. Sei que gostaria de caminhar vazia muitas vezes. Muitas vezes pra não chorar muitas vezes. Um dia até chegar o outro dia é a única coisa que move. Hoje ainda me movo na cama. Ontem depois de me desafiar nem consegui me assustar muito com o ataque do ser humano precário que se pôs em meu caminho. Meu cigarro na boca e eu dirijo pela cidade à noite e digo não a seres humanos precários.Vivendo eu a minha precariedade em ser humana. Deixando meu corpo consumir-se, reter sangue pra os pensamentos abrandarem. Ou isso ou aquilo. Aqui nessa terra a única escolha é movimentar-se. Paragem, pois sem a pausa o som não existe. Caminhada. Pois sem o tempo a música não existe.

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