sexta-feira, 23 de junho de 2017

o Menina baiana - claquete 141

 Menina no ócio não é flor que se cheire. Apronta é muito, porque mente vazia é casa do diabo. Tanto escutou que no lugar de rezar prefere aprontar. Muito drama. Tudo bem. É um jeito de encher a mente quando não vê que basta praticar outro idioma dentro de casa mesmo e uma alavanca lhe rumará longe. Tem dois dias que não dorme a menina.

O MENINA BAIANA: o corpo sabe mas o sono não vem e isso tem me chamado. Disseram que é pra me tratar quando ansiolítico tem matado mais que cocaína. Sei não. Foi uma pesquisa. Eu quase me afogo. Quando vi ela caiu com o seu peso todo sobre mim e me fez cair numa água profunda. Eu escutava tudo enquanto esperáva o corpo começar a emergir por si só. Segurei a respiração e me senti subindo. Tapei o nariz com uma das mãos tamanha a demora da superfície chegar. Levantei o outro braço pra sentir o ar da superfície que pra mim estava logo ali, mas não! Nunca chegava! Eu comecei a bater o braço na água com a intenção de ser percebida por toda essa gente ao meu redor. Eles estavam lá, escutei todo mundo. Alguns estavam mas não falavam. Eu os escutei ainda assim. Mas a superfície não chegou e eu rapidamente me preparei para a morte: seja bem-vinda! Meu fôlego está acabando, já desmaiarei. E é no desmaio que encontrarei a bifurcação.  Serei salva ou não.

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