terça-feira, 6 de junho de 2017

Claquete 100

CANTORA BAIANA: O passarinho está voando agora. Uma ave de rapina atravessando o mar. Tomara que o frio lhe poupe e as horas passem como um raio lhe poupando do assento. Trezentos e sessenta graus, passarinho, eu ainda estou aqui e não me pergunte por quê. Porque você sabe. Afrodite tinha um cinto, mas um único amor. Quem colocasse o cinto, atrairia quem quisesse. Eu queria o cinto de Afrodite. Ou não... Ela fez começar a guerra de Tróia sem saber. Talvez a minha voz seja o que me faz um semi-deus. Ela diz que todos os mortais o são. É muito louco depois que eu canto, é quase como estar com o cinto de Afrodite, com a ausência do amor desejado. Talvez só você estando na plateia enquanto eu canto pra me desejar, pra querer me abraçar no final do show. Pode ser que não aconteça eu Afrodite. Posso ser apenas eu nesse dia. Tomara que sim. Tô buscando um nome pra essa etapa da pesquisa. Eu compreendo, dedico atenção, a morte me sonda como santa, eu ando moinho. O vento bom é quando eu canto, passarinho, e você me traz notícias de seus voos.

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