terça-feira, 13 de junho de 2017

o Menina baiana - claquete 113

O MENINA BAIANA: Há muitas maneiras de mutilação. Ela quebrou a testa no espelho, cortou os pulsos e por fim lançou-se ao mar depois de escutar o seu amor lendo sua poesia de despedida. Uma vida de abandono e desilusão. É assim a vida? Talvez pra quem a sinta insuportável. Ela foi à menina dela, à criança quase morta, à criança viva. Ela foi ao discurso de Mandela. Eu eu? Nem sei pra onde estou indo. Do underground ao mainstream? Eu me enxerguei também nela, na agonia de viver, na necessidade de escrever, sentada no parque vigiando a criança brincar enquanto nas mãos papel e caneta, papéis pelo quarto, voando pela casa, enquanto na cabeça os pensamentos invadindo em poesia pra um livramento de sentimentos. Uma prisão em si. Mas fui pra rua sabendo algo de mim, desse lugar agora, passageiro. Concordo que já não sirvo ao amor pra alguém. Quero servir a muitos, a minha cidade, a um país, e deixar minhas palavras pra humanidade fazer o que quiser delas. Fazer nada delas. Mutilar minha existência de vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundos Saberes (para o seu comentário)