O vento entra assobiando no quarto. O corpo está estático. Imagino que o assobio toque sua nuca à mostra. Os olhos estão cerrados, os lábios unidos, a barriga voltada pro colchão. É sob a luz escassa do final de um dia que eu a vejo daqui. Começa a movimentar os pés, alisando o lençol. Os quadris acompanham. São movimentos circulares, um rebolado... É bonito ver as ancas se mexerem. Suspeito que esteja cantando, porque rebola, rebola... Cantando no pensamento e a voz saindo pelas ancas.
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