CENA: Acontece.
O MENINA BAIANA: O segurança perguntou se eu já ia embora. Uma dor nas cadeiras. Uma dor conhecida. Dor de aborto. Mas duvidei. Tive calma, me apeguei à Santa Muerte com força e caminhei pela rua deserta cheia de barulho de ondas e dor. Não há como chorar com dor de aborto. Pensei que bastaria me deitar. Seria só a velha hérnia dizendo que existe. Mas não. Estou abortando. Sangrando horrores. Isso não poderia estar acontecendo. Mas acontece. Tem preço ser devota de Santa Muerte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Segundos Saberes (para o seu comentário)