quarta-feira, 17 de maio de 2017

o Menina baiana - claquete 60

Alguém faça o favor de ir lá. Daqui eu posso nada... Olhe pra ela.

O MENINA BAIANA: Um peixe que ascende em caranguejo. Mar e mangue, muito sal, sal demais. Lágrima e urina. Muito sal. Tem essa chuva agora em salvador que irrita a formiga também. Pouco importa a formiga. Meu avô me ensinou a matar lesmas com sal. Meu avô matava filhote de rato com uma mão em concha. Acho que estourava o cérebro do rato com a pressão. Ele não sabia de biologia, da semelhança genética entre ele e o rato. Nem precisava. Ele matou meu medo. Meu pai acendia meu medo no mesmo instante que abrandava. Um segundo pra cada, de um pro outro. Ah, sim, Sartre diz que eu não interessa o que fizeram comigo, mas o que eu farei com o que fizeram. Uma bomba ambulante. Eu disse pra colocar nome no peixe que ascende em caranguejo. Pessoa submersa que é tocada por chuva. Parece até que mangue sente chuva. Sente a maré, isso sim. Toda menina baiana deve sentir a maré, não é possível que não.

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