domingo, 28 de maio de 2017

o Menina baiana - claquete 89

Hoje tem show da cantora criada. Tem menino que fuma escondido. Fuma. Percebo alguns espasmos em seu corpo. Está coberta e o violão se estende ao seu lado na cama. 

O MENINA BAIANA: Hoje é um dia muito importante pra essa pesquisa! Não precisa narrador. Eu quero dizer que estou me tremendo de medo. Eu quero dizer que criei uma cantora que sente medo. Menos medo. Uma alegria muito maior que o medo. Eu me tremo de medo e alegria ao mesmo tempo. Eles tem tamanhos diferentes. Cada um tem o seu tamanho e lugar. Eu acredito quando escuto que canto lindamente. É o lindo da mente do outro. Então é tudo lindo quando eu escuto alguém me dizendo que eu canto muito bem. É mais lindo ainda me sentir muito bem sendo instrumento de algo lindo. Ela é linda. O que é mais lindo que o lindo? Ela não tem cara mas tem jeito. Tem jeito comigo, sabe me pegar de jeito e me usar, abusar, me fazer chorar, gemer, sorrir. Eu sou uma cantora. Eu escuto música mesmo quando não tem. Eu às vezes passo mal. Tão mal. E ela me chama com tanto desejo que há em mim e eu vou passar bem. Eu sou uma cantora enquanto tiver voz. Serei também. Nunca. Nada.foi.tao certo. Dentro da minha cabeça. A tremedeira é meu corpo se dirigindo pra alguns minutos de transe. Um entra e sai incrível. Incrível. Ser acompanhada apenas por um instrumento é um desafio. Inventei de me criar com banda. Gulosa. Ousada. Arrogante. Apaixonada.

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